segunda-feira, 7 de março de 2016

CUIDANDO DA "CASA COMUM"


Somos convidados enquanto Igreja, cristãos e cidadãos de bem, a refletir e repensar sobre nossas atitudes quanto ao modo que tratamos nosso planeta, “Casa comum”, de todos os povos, animais, vegetações e todos os seres vivos. Inspirados pela encíclica “Laudato Si” escrita pelo Santo Padre, o Brasil vive a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 com o tema “Casa Comum, nossa responsabilidade” e o lema retirado do livro do Profeta Amós “Quero ver o direito a brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24).

Vivemos em uma sociedade pautada no lucro e no individualismo, na qual a cultura capitalista prevalece. O meio ambiente é explorado e transformado em dinheiro, mas dinheiro para poucos. O Papa Francisco no alerta por estarmos vivendo no mundo que caminha para o seu suicídio. O próprio homem está degradando e acabando com os bens mais preciosos que Deus nos deu, inclusive muitos são mortos em nome do lucro.

O atual sistema que visa o desenvolvimento do mundo acaba por excluir e marginalizar os mais pobres. Se por um lado vemos um mundo desenvolvido nas áreas científicas e tecnológicas, trazendo inclusive avanços em curas de doenças, por outro lado olhamos para o nosso redor e vemos muitos que passam fome, vivem em meio ao lixo e  esgoto a céu aberto, não tem o mínimo de condições para viver bem.

A dignidade humana é desrespeitada. Falta para muitos aquilo que é de direito para viver bem, como saneamento básico, água tratada e alimentos. Muitos bens são explorados da natureza e usados de modo errado como, por exemplo, a comida que é jogada fora todos os dias é capaz de matar a fome de muita gente, a água que é desperdiçada pode matar a sede de muitos. Além disso, há um desrespeito muito grande do homem para com a natureza, pois é dela que tudo sai e para ela que tudo volta.

Envolvidos pelo Ano Santo da Misericórdia e pela Campanha da Fraternidade Ecumênica, somos convidados a nos unir, independentes da religião, para transformar aquilo que celebramos em ação, transformando os que estão a nossa volta com nossas atitudes concretas.Foi isso que fizeram os grandes profetas, inclusive Amós, ao clamar justiça para o seu povo. O verdadeiro cristão é aquele que sente amado e acolhido pela Misericórdia do Pai e isso o interpela para uma mudança de vida, tornando também misericordioso com os irmãos que estão a sua volta, reconhecendo os seus sofrimentos. Por isso, somos convocados a transformar nossas atitudes e clamar por justiça e vida digna para os irmãos e irmãs que mais sofrem, tomando consciência que isso não é só dever do poder público.

Wesley Pires dos Santos
                                                                                                                                                        Seminarista

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