Somos convidados enquanto Igreja,
cristãos e cidadãos de bem, a refletir e repensar sobre nossas atitudes quanto
ao modo que tratamos nosso planeta, “Casa comum”, de todos os povos, animais, vegetações
e todos os seres vivos. Inspirados pela encíclica “Laudato Si” escrita pelo
Santo Padre, o Brasil vive a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 com o tema
“Casa Comum, nossa responsabilidade” e o lema retirado do livro do Profeta Amós
“Quero ver o direito a brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não
seca” (Am 5,24).
Vivemos em uma sociedade pautada
no lucro e no individualismo, na qual a cultura capitalista prevalece. O meio
ambiente é explorado e transformado em dinheiro, mas dinheiro para poucos. O Papa
Francisco no alerta por estarmos vivendo no mundo que caminha para o seu
suicídio. O próprio homem está degradando e acabando com os bens mais preciosos
que Deus nos deu, inclusive muitos são mortos em nome do lucro.
O atual sistema que visa o
desenvolvimento do mundo acaba por excluir e marginalizar os mais pobres. Se
por um lado vemos um mundo desenvolvido nas áreas científicas e tecnológicas,
trazendo inclusive avanços em curas de doenças, por outro lado olhamos para o
nosso redor e vemos muitos que passam fome, vivem em meio ao lixo e esgoto a céu aberto, não tem o mínimo de
condições para viver bem.
A dignidade humana é
desrespeitada. Falta para muitos aquilo que é de direito para viver bem, como
saneamento básico, água tratada e alimentos. Muitos bens são explorados da
natureza e usados de modo errado como, por exemplo, a comida que é jogada fora
todos os dias é capaz de matar a fome de muita gente, a água que é desperdiçada
pode matar a sede de muitos. Além disso, há um desrespeito muito grande do
homem para com a natureza, pois é dela que tudo sai e para ela que tudo volta.
Envolvidos pelo Ano Santo da
Misericórdia e pela Campanha da Fraternidade Ecumênica, somos convidados a nos
unir, independentes da religião, para transformar aquilo que celebramos em
ação, transformando os que estão a nossa volta com nossas atitudes
concretas.Foi isso que fizeram os grandes profetas, inclusive Amós, ao clamar
justiça para o seu povo. O verdadeiro cristão é aquele que sente amado e
acolhido pela Misericórdia do Pai e isso o interpela para uma mudança de vida,
tornando também misericordioso com os irmãos que estão a sua volta,
reconhecendo os seus sofrimentos. Por isso, somos convocados a transformar
nossas atitudes e clamar por justiça e vida digna para os irmãos e irmãs que
mais sofrem, tomando consciência que isso não é só dever do poder público.
Wesley Pires dos Santos
Seminarista

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