Somos
povo da Esperança. Um verdadeiro brasileiro não foge à luta. Nesse momento de
pandemia estamos mais unidos do que nunca. Nossa arma deve ser a solidariedade
e a fraternidade. De repente, um inimigo invisível começou a assolar o nosso
mundo. O mundo acelerado e centrado em si mesmo teve de parar e voltar ao
casulo de onde tudo nasceu, a família. Algumas perguntas ficam latentes na
mente do mundo: será mesmo que em tempos de tecnologia e de grandes avanços na
ciência, o homem pode tudo? O homem tem as chaves do poder em suas mãos? Eis
que tanto ricos, como pobres ao serem afetados pelo novo corona-vírus estão
passando pelas mesmas dificuldades. Assumamos, o ser humano é frágil, não tem o
poder em suas mãos!
A Igreja se vê em
um novo modo de se reunir. De fato é um verdadeiro convite a retornar as
Origens e ao primeiro Amor. Assim, como os primeiros cristãos se reuniam nas
casas, em família, diante de um momento tão conturbado e de amedrontamentos,
estamos voltando a Igreja Doméstica, o mundo todo se une em momentos
determinados de orações, dão-se as mãos e partilham a Palavra e até mesmo o
pão, enquanto alimento para os que mais precisam. Muitas são as iniciativas por
parte dos padres para que o povo de Deus continue sendo alimentado pela
Palavra Divina, que é a Esperança suprema do Homem. Temos a oportunidade única
de Encontrar de forma pessoal com Cristo e com isso, se encontrar conosco
mesmos. Momento único para perceber que o Ser é mais importante do que o Ter,
podemos agora voltar para o que é essencial na vida. Tempo de valorizarmos aqueles que fazem os
serviços essenciais para a nossa subsistência. Descobrimos assim, que somos todos
irmãos e não conseguimos viver sozinhos ou isolados, pois estamos no mesmo
barco.
Alguns podem se perguntar: será que esta Semana foi mesmo
Santa? Não houve procissões, não houve a banda festiva pelas praças, nem mesmo
enfeitamos nossas ruas, a comunidade não se reuniu. Algo de diferente aconteceu, pelas noites podemos ouvir
unicamente a voz dos sinos e dos alto-falantes das Igrejas que irrompem o silêncio
das cidades. Sim, por meio destes sons ouvimos ressoar por todos os lados a
Proclamação da Páscoa, porque mesmo separados fisicamente, a Igreja mais do que
nunca está unida celebrando a vitória de Cristo sobre o Pecado e a Morte. Por
meio daquelas vozes todos nos unimos a entoar nosso maior hino de louvor
mostrando para o mundo que somos povo da Esperança. Porque não somos um povo de
perder nem a fé e nem o ânimo. Sim, foi de fato uma Semana Santa, única e
irrepetível para todos nós que queremos mudar de vida e ressuscitar verdadeiramente
com Cristo, foi Santa para todos que se esforçaram por vive-la de maneira
orante e centrado em si na reflexão.
Eis
agora a Páscoa, novo tempo para a Igreja. Cristo Ressuscitado caminha a frente
dos seus, Ele é nossa única Esperança e com Ele temos a vitória. Não cremos em
uma filosofia, em uma ideia, acreditamos em um Deus que se fez um de nós para
nos salvar porque nos ama. Neste momento a voz que deve ecoar dentro de todos é:
“Não temas, Eu estou contigo!”. Desse encontro com o Ressuscitado nasce os homenes e mulheres da Esperança, para um mundo novo. Nessa firme segurança podemos também ser sinais
do Ressuscitado para o mundo e dizer a todos: não percam a fé e não desanimem.
No hoje da história, quando vivemos diante de um cenário de tristeza e de
medos, somos nós cristãos que podemos e devemos ajudar o mundo a enxergar que
tudo está nas mãos de Deus e que unicamente Nele podemos encontrar a Salvação.
Algo deve mudar a partir deste momento de pandemia. Já dizia Santo Agostinho: “Deus
só permite um mal, a fim de que possamos dele tirar um bem maior”. Continuemos
firmes e unidos em Oração. Sejamos homens e mulheres da Esperança. Compartilhemos a todos e por todos os meios de comunicação possível a verdadeira Alegria da Ressurreição. Cristo
caminha conosco. Feliz e Santa Páscoa!
Wesley Pires dos Santos

Esperança, fé e amor sempre...
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