II DOMINGO DO TEMPO
COMUM ANO C
1ª Leitura Is 62,1-5
Sl 95
2ª Leitura 1 Cor 12,4-11
Evangelho Jo 2, 1-11.
Celebramos
o Tempo Comum, vale ressaltar, que esse não é um tempo menos importante do que
os outros. Pelo contrário, é um tempo de suma importância. Primeiro, para
reconhecermos que Deus não age só em coisas fantásticas ou miraculosas, mas age
com maestria nas pequenas coisas de cada dia, fazendo do ordinário, o
extraordinário. Segundo, porque nesse tempo acompanharemos Jesus em sua vida
pública, em seu ministério, curando e salvando a todos sem exceção. A cor usada
nesse tempo, é o VERDE. Verde da Esperança, mas a esperança não é um pensamento
positivo, a Esperança é uma Pessoa, é Jesus Cristo, que não nos decepciona
jamais. A Liturgia deste segundo domingo do tempo Comum nos apresenta a festa
do amor e da alegria celebrada nas Bodas de Caná. Na Igreja Antiga, a Festa da
Epifania, a Festa do Batismo do Senhor e a festa das Bodas de Caná era
celebrada numa única festa. Por isso, a liturgia de hoje ainda está em sintonia
com o Natal. Com nos diz o cardeal Tolentino de Mendonça, nosso Deus é “Um Deus
que dança”, nos convida sempre a festejar, a experimentar a alegria verdadeira.
Hoje contemplamos o início dos Sinais de Jesus, Ele o realizou em Caná da
Galileia e manifestou a sua Glória, e seus discípulos creram nele (cf. Jo 2,11).
A Liturgia nos apresenta uma grande festa de casamento, desde a primeira
leitura o profeta Isaías nos mostra Jerusalém, Sião, envolvida pelo amor e pelo
cuidado de Deus. Num contexto de volta do exílio, depois do edito de Ciro,
Jerusalém está sendo reconstruída. Ela também é desposada, chamada pelo novo
nome, ela é a alegria de Deus. Deus nunca desanimou do seu povo, mesmo diante
das infidelidades. Por isso, a festa de casamento do quarto evangelho nos
remete a uma Aliança muito maior. De forma proposital o autor sagrado não diz o
nome dos noivos. O noivo é Deus e a noiva que é desposada em casamento é a
Igreja. Deus envia o seu único Filho para morrer por nossa salvação e sela com
a humanidade a Nova e Eterna Aliança de Amor. O vinho é sinal messiânico, da plenitude
dos tempos, a hora é sinal da Eucaristia, é sinal da Entrega, do sacrifício da
Cruz, Maria é a nova Eva, é a Mulher, símbolo da Igreja, símbolo da humanidade,
com quem Deus realiza a aliança. Como Mulher, Maria torna-se Mãe da Igreja, Mãe
de todos os viventes nos apontando seu Filho Jesus. As 6 talhas colocadas para
a purificação é símbolo da antiga aliança, incompleta. A água é símbolo da
nossa humanidade, que ao ser tocada pelo amor de Deus é santificada, divinizada,
se transforma em verdadeira alegria. Só
experimentaremos o Vinho Novo da alegria concedido por Jesus na comunidade, na
Igreja, colocando nossos dons a serviço, superando o egoísmo e o autorreferencialismo.
Sabendo que é o mesmo e único Espírito que age em tudo e em todos gerando unidade
e comunhão. Para isso, é preciso escutar a Mãe que diz: “Fazei o que Ele vos
disser”. Ai experimentaremos o encanto novo, a Esperança que nos salva e
cantaremos o cântico novo da nova e eterna aliança, comtemplando os prodígios
de Deus entre os povos. Caná é o início da Igreja, povo da Aliança, comunidade
da fé e da comunhão, peregrinos de Esperança.
Pe Wesley Pires dos Santos
Pároco da Paróquia Cristo Rei
Ouro Preto MG
18 de Janeiro de 2025

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