terça-feira, 11 de agosto de 2020

HOMENAGEM AO PADRE JACINTO TROMBERT




Nestes dias em que celebramos o Jubileu de Nossa Senhora da Conceição não podemos nos esquecer do piedoso Padre Jacinto Teófilo Trombert que nos deixou um grande legado: o amor Mariano vivido por ele e implantado em nossos corações. Hoje, dia 11 de agosto, é o dia dedicado a este santo sacerdote, pastor e amigo do povo – o verdadeiro discípulo de Jesus.

Padre Jacinto nasceu em 29 de janeiro de 1843 na Europa, na maravilhosa Suíça. Desde tenra idade ficou longe do carinho de seus pais e foi se acostumando com a dura vida de sacrifícios que levou até o fim de sua existência. Ainda muito jovem veio para o Brasil e desde o início de sua juventude mostrou grande devoção e afeto ao serviço de Deus.

Ordenou-se sacerdote aos 15 de junho de 1867 pelo Venerável Bispo de Mariana, dom Antônio Ferreira Viçoso, que se encontra em processo de Beatificação. Escolheu como lema de ordenação a passagem de 1 Cor 9, 22: “Eu me fiz tudo de todos, a fim de ganhar a todos ao Divino Mestre”. E foi assim que viveu todo o seu ministério, sendo sempre serviço e doação.

Em 1870 tornou-se vigário de Conceição do Turvo, hoje Senador Firmino, ficando nesta paróquia 46 anos. Viveu a caridade evangélica, preocupou-se com a educação do povo e foi um bom conselheiro das famílias. Pregava a pureza dos costumes e a perfeição da vida cristã, pela palavra e pelo exemplo. Foi modelo de renúncia pessoal, austeridade de conduta, zelo apostólico, de grandes virtudes.

Estas virtudes valeram-lhe a chave para abrir os corações de seus paroquianos e guiá-los como rebanho nos caminhos do Senhor. A confiança que alcançara deles foi suficiente para empreender logo no primeiro ano de seu trabalho apostólico, aqui, a construção deste magnífico templo. Para tal construção partiu em peregrinação pelas várias cidades de Minas, para os Estados do Rio e de São Paulo, pedindo ajuda, coisa que só ele sabia fazer, colhendo os donativos que vieram das mãos do Imperador Dom Pedro II, dos prelados, das câmaras provinciais, dos homens mais eminentes do país, assim como das classes médias, dos operários, até dos mais pobres de seus paroquianos.

Nessa peregrinação o trabalho de pedir custou-lhe muitos sacrifícios que provaram a simplicidade, a benignidade e humildade de seu grande coração. Percorrendo a capital de São Paulo implorando ajuda para a construção desta Matriz, ouviu de quem não compreendia sua missão, palavras ásperas contra ele; foi considerado como explorador, passando por vexames que só uma grande alma sabia suportar.

Em 1893, num gesto de reconhecimento gratidão pela sua dedicação aos trabalhos da Igreja, o povo fez-lhe uma surpresa, dando-lhe de presente um quadro com a pintura a óleo, do seu retrato em tamanho natural. Tal festa aconteceu no dia 15 de agosto daquele ano e foi uma apoteose, com direito a procissão, saindo da rua São Miguel da casa da Família dos Lacerdas, que eram os artistas.

Padre Jacinto ficou tão feliz e emocionado com a homenagem recebida que prometeu à comunidade dirigir-se até as autoridade eclesiásticas, pedindo bênçãos especiais para o povo. A partir desta data, todo ano o povo de Conceição do Turvo recebia festiva e fervorosamente essas bênçãos durante as missões que aconteciam em agosto. O pedido do padre era renovado a cada ano junto a Santa Sé, até que com padre Henrique Silvino Alves, tornou-se Jubileu Perpétuo, concedendo indulgência plenária para todo o povo devoto. Começaram assim o Jubileu de Nossa Senhora da Conceição, um dos Jubileus Marianos mais antigos do Estado de Minas Gerais.

Padre Jacinto faleceu em 11 de junho de 1916, após dias antes ter sido atendido por Doutor Levindo, que era seu médico, neste dia por volta das 10 horas da manhã, após o canto do Ofício de Nossa Senhora por um grupo de seus paroquianos, partiu para a glória do Pai. Seu corpo está depositado na sepultura que fica na entrada principal do Santuário. Ele mesmo tratou de cavá-la dizendo querer ser pisado por todos os seus paroquianos. Mas claro, em sinal de respeito todo não pisam. No entanto, é bonito o reconhecimento de todos os firminenses por seus grandes feitos.

A vida dos bons perpetua. Não desaparece com o tempo. Na praça principal está sua estátua, como sinal de gratidão e eternização da memória daquele que marcou profundamente a história da Princesinha da Serra, deixando-nos um grande legado de cultura e de fé. Sua benéfica atuação prolonga-lhe a memória. A passagem do Padre Jacinto nesta paróquia deixou-nos marcas profundas: o amor a Nossa Senhora e a seu Filho Jesus Cristo.

Somos eternamente gratos a ele e o teremos sempre em nossa lembrança.




Wesley Pires dos Santos

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